A cidade ao contrário
João Sem Medo passou por muitos precalços ao longo do caminho. Mas muitos mesmo. Depois de ter sido transformado em árvore e queimado para voltar à sua forma original, depois de ter passado pelo Palácio da Morte e ter fugido a galope com foice e tudo, o nosso herói foi ter a uma cidade muito estranha.
«Os habitantes dessa cidade andavam de pernas para o ar, usavam gravatas na cintura, cintos no pescoço, galochas - outra vez as galochas... aposto que eram vermelhas... - nas mãos e luvas nos pés.»
Resumindo, a confusão era tamanha que ninguém sabia às quantas andava. João Sem Medo andou pelas ruas, que mudavam constantemente de aspecto graças ao trabalho de alguns poetas surrealistas reformados, até que deu de caras com um homem que, tal como ele, andava com as mãos no ar e os pés no chão.
- Ó meu amigo, o amigo é estrangeiro! Quem me dera ter nascido na sua terra! - disse o homem dos pés no chão.
- Atão porquê?
- Porque aqui ninguém me entende... Porque choro quando sofro e rio quando me alegro. Porque digo «boas tardes» de tarde e «bons dias» de manhã. Porque não tomo banho vestido e acendo a luz eléctrica de noite. E ninguém acredita em mim quando digo que este é o procedimento certo, nem ligam aos artigos de propaganda que publico no meu jornal, o «Mãos no Ar».
E estavam nisto quando a conversa foi subitamente interrompida. Com um leve burburinho, um carro desceu dos céus - que toda a gente sabe que os aviões é que foram feitos para andar na estrada - e sairam quatro homens de bata branca, que vestiram uma camisa de forças ao gajo e o levaram com eles. Parece que era um doido perigoso e altamente subversivo.
Moral da história: Fugir aos estereótipos pode causar graves danos na saúde. E é extremamente subversivo!
8 Comments:
Porque temos tanta dificuldade em encarar a diferença??!
Espertinha, hã?? assim sabes que vimos cá todos os dias...
já dizia o Pessoa, nos seus tempos de copy!
Ora bem, foi a pedido de muitas famílias e fãs histéricos que concordei em fazer um relato das aventuras do joão, à medida que fosse avançando na leitura. agora não reclamem, porra. :P
não tenho culpa de avançar devagarinho... são motivos alheios à minha pessoa!
O marketing é como as gomas.
Mal as provamos... ficamos com vontade de comer mais.
Assim é que é, moça!
É obrigar a malta a vir aqui dia-sim-dia-também, pá!
;-)
Cumprimentos InSensatos!
PS: Ah!... (Relativo ao teu comment no meu burgo) Que pena a Bota Botilde ter sido desalojada por uma ... abóbora? Aquilo é uma abóbora?!? Ó xôra Teresinha Guilherme... o que é aquilo?... Aquilo dá pevides?!?
ohh.. gostei mt d nome do jornal! Quero esse livro.. Oh emprestadá-mo! :) Ou pronto.. vai contando...
A malta agradece a honrosa menção nos links deste burgo!
A gerência do InSenso Comum ainda estuda uma forma de inclusão de uma lista semelhante por forma a que o impacto ambiental seja mínimo e no processo, no máximo dos máximos, só sejam exterminadas umas 5 ou 6 espécies de pássaros, lesmas e peixinhos dourados (a Covinhas que não me oiça...).
Quando fôr criada essa funcionalidade lá no burgo o nosso gabinete jurídico contactará o seu advogado/representante/procurador, ok?
;-)
Sim, o Fernando Pessoa foi copy na Hora durante 10 anos - voila td o q m lembro das minhas aulas de publicidade.
Manga
oh... as tuas aulas de publicidade eram as mesmas que as minhas!
Post a Comment
<< Home